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Novos estudos intensificam guerra aos refrigerantes

   Atualizada em: 04/10/2012

Os trabalhos aparecem uma semana depois de Nova York ter aprovado uma norma que vai proibir a venda de bebidas açucaradas com mais de 437 ml em restaurantes, lanchonetes e cinemas, em uma tentativa de estancar o crescimento constante dos indicadores de obesidade.

Nos EUA, até 2030, 44% da população será obesa -hoje 35% estão nessa faixa. No Brasil, 15,8% dos adultos são obesos e quase metade está acima do peso.

Uma das novas pesquisas, feita pela Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, analisou o consumo de bebidas adoçadas, o índice de massa corporal e genes associados à obesidade de três grupos de pessoas somando 33 mil mulheres e homens.

Eles foram divididos de acordo com a frequência do consumo de refrigerantes e sucos adoçados.

Segundo os autores, o consumo mais frequente de bebidas açucaradas foi associado a uma predisposição genética maior a um índice de massa corporal mais alto e ao risco de obesidade.

A relação entre obesidade e maior risco genético foi muito maior entre os que bebiam refrigerantes todo dia do que nos grupos que consumiam menos de uma vez por mês. Isso significa, de acordo com os pesquisadores, que esse hábito pode ampliar o efeito do risco genético à obesidade.

Os outros dois estudos publicados ontem mostram os benefícios de substituir os refrigerantes e sucos com açúcar para reduzir o índice de massa corporal de crianças e adolescentes.

 

VILÕES LÍQUIDOS?

Para a nutricionista funcional Daniela Jobst, faz sentido centrar fogo nos refrigerantes e sucos industrializados no combate à obesidade.

"O refrigerante é importante porque as pessoas bebem muito e ficam viciadas. Para alguns pacientes que atendo, a hidratação do dia é refrigerante ou bebida com açúcar."

O açúcar, de fácil absorção, coloca o corpo em uma "gangorra" metabólica.

"As bebidas adoçadas aumentam muito rápido a produção de insulina. Essa elevação dá o comando para colocar açúcar nas células. Quanto mais você estimula a produção de insulina, mais vai colocar açúcar nas células e armazenar gordura."

A repetição desse processo vezes demais pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, diz a nutricionista. "Outra preocupação são os corantes e os conservantes dos industrializados, que estimulam uma resposta inflamatória no corpo."

O nutrólogo Celso Cukier lembra também que o refrigerante, mesmo contendo carboidratos, não traz a sensação de saciedade, aumentando o risco de uma ingestão exagerada de calorias.

Mas, para ele, é possível incluir essas bebidas na dieta de uma forma moderada. "Não acredito na imposição de uma proibição."

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